quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Geddel e João brigam na nova cena política

Carlos Lupi decide destino do PDT no governo Wagner nesta quarta
A saída do PMDB da base do governo Wagner e a necessidade de evitar o isolamento político provocaram atrito entre o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e o prefeito de Salvador, João Henrique, segunda maior liderança do PMDB na Bahia. No último domingo, o ministro pleiteou mais duas secretarias no governo municipal, a fim de contemplar o ex-secretário estadual e peemedebista Batista Neves (Infraestrutura) e um outro quadro político que seria indicado pelo deputado federal Severiano Alves (PDT).
A movimentação de Geddel, que é candidato ao governo do Estado em 2010, seria uma forma de evitar a consolidação da aliança entre Wagner e o PDT, que já tem duas secretarias na prefeitura e cuja adesão ao governo petista vem sendo negociada diretamente pele ministro do Trabalho Carlos Luppi, presidente nacional da legenda.
O fato teria sido relatado pelo próprio João ao governador Jaques Wagner (PT), em encontro realizado na segunda-feira, 17, na Governadoria, onde o peemedebista foi tratar de assuntos administrativos, como o Canal do Imbuí e o novo sistema viário do projeto Copa 2014. Fonte qualificada confirmou que houve a discussão no PMDB sobre a ocupação de mais espaço para o PDT.
Outra fonte, esta próxima do governador, informou a A TARDE detalhes da conversa de Wagner com o prefeito. Segundo a fonte, João teria revelado que Geddel justificou o pedido, temendo prejuízos no processo de cooptação de aliados à sua candidatura ao governo do Estado.
Plantação – Tanto o prefeito João Henrique quanto o ministro Geddel negaram, nesta terça, o episódio. “Isso é plantação do governo. Eu não pedi cargo nenhum, eu tenho o espaço do PMDB no governo municipal. Temos quatro secretarias. Quem está fazendo galinha gorda com cargos é o governador. Não tive desentendimento nenhum com o prefeito João Henrique”, retrucou o ministro da Integração.
Geddel ressaltou que o fato de um partido estar na base de João Henrique e ingressar no governo Wagner não é motivo para a não-permanência do mesmo na prefeitura. O ministro sabe que os acordos que o governador vem costurando estão atrelados à reeleição do petista em 2010. Mas minimiza: “Só os ingênuos para imaginar que o quadro de agosto de 2009 será igual ao de junho de 2010”, ressaltou.
Segundo a assessoria do prefeito, o assunto envolvendo cargos não foi tratado entre João Henrique e o ministro. De acordo com Geddel, o prefeito procurou o governador depois de conversarem sobre a pauta que seria tratada no encontro. Presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima fez coro às críticas do ministro sobre método do governo para a recomposição dos cargos deixados pelo partido no governo estadual. “O governo está com práticas fisiologistas tão horrorosas que parece que está podre”.
O secretário de Planejamento, Walter Pinheiro, um dos articuladores da recomposição, refutou a crítica de que os cargos estariam sendo preenchidos visando unicamente à reeleição de Wagner sem qualquer critério de competência. “Não é verdade. O governo tem feito o preenchimento dos cargos utilizando critérios. Tem avisado aos partidos para indicarem pessoas com condições efetivas de comandar as pastas. O governador tem dito claramente que quer gestores”.

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