quarta-feira, 29 de julho de 2009

Wagner reafirma que Bahia está fora do horário de verão

O governador Jaques Wagner reafirmou que a Bahia não vai aderir ao horário de verão, em entrevista concedida a uma emissora de televisão, nesta quarta-feira, 29. “Por enquanto, está mantida a decisão de que não haverá horário de verão na Bahia, como nos demais estados do Nordeste”, garantiu o governador. Wagner disse que ouviu argumentos tanto de empresários do setor econômico como dos trabalhadores, especialmente do Pólo Petroquímico e trabalhadores domésticos, que precisam acordar muito cedo e temem pela segurança durante o horário de verão.
“Democracia é isso. A discussão vai continuar e estou aberto para ouvir a todos, mas a Bahia se mantém fora do horário de verão, como em 2007 e 2008”. O governador salientou ainda que, aderindo ao horário de verão, iria transparecer, perante aos outros estados do Nordeste, que a Bahia estava se negando a não acompanhá-los, e sim, aos estados das Regiões Sul e Sudeste.
O assunto foi polêmica neste mês, depois que o governador anunciou a decisão de manter a Bahia fora do horário de verão, negando uma reivindicação do Fórum Empresarial da Bahia. Eles alegam que o estado sofre prejuízo por estar fora da mudança nos ponteiros do relógio.
Esporte - Na entrevista, Wagner também falou sobre eventos esportivos na Bahia. O governador disse que a corrida de Stock Car, que acontece em Salvador, em circuito montado no CAB, dia 9 de agosto, serve como um estímulo para a geração de emprego e renda para o Estado. “A Stock Car é um momento de divulgação da nossa capital para atrair emprego e renda, especialmente nos setores de hotelaria, bares, restaurantes”. O governador disse ainda que pretende trazer o campeonato de surf, em outubro, e o vôlei de praia, em dezembro. “Quero fazer de Salvador um foco para eventos esportivos”.
A respeito da Copa do Mundo de Futebol, que acontece no Brasil em 2014, Wagner enfatizou o projeto de reforma da Fonte Nova, que ele chamou de Nova Fonte Nova. “Estamos absolutamente em dia com o projeto, dentro do prazo previsto pelo edital. Adequaremos o estádio às condições exigidas pela Copa e pela cidade, garantindo um equipamento à altura de Salvador e do evento”, destacou, garantindo que manterá o formato do estádio. O governador disse que o projeto da Nova Fonte Nova irá englobar a requalificação do antigo Centro, especialmente o Pelourinho, para “dinamizar e reoxigenar o turismo do local”.

MULTIDÃO APÓIA PROTESTO DURANTE DESFILE DE EMANCIPAÇÃO




Desde 1985, quando estudantes e trabalhadores foram às ruas em apoio à primeira eleição direta para prefeito desta cidade após 20 anos de ditadura militar, não se via uma adesão espontânea da população como a que aconteceu na terça-feira, dia 28 de julho, no protesto dos concursados e professores ao final do desfile cívico da Emancipação de Paulo Afonso.
As mais de 400 pessoas que iniciaram a caminhada de protesto no começo da Avenida Apolônio Sales obtiveram o apoio com aplausos dos presentes e aumentando a massa popular e democrática que, mesmo com a tentativa de impedir o ato livre e democrático por parte do atual gestor, através da Guarda Municipal, não conseguiu barrar o protesto que seguiu até o final da avenida.
Liderados pelos vereadores de oposição (Celso Brito, Regivaldo, Gilson Fernandes e Aroldo) e pela APLB, concursados da Prefeitura e professores marcharam juntos pela imediata convocação dos aprovados e melhoria salarial e condições de trabalho na educação estadual.
Para os concursados foi o momento para se sentirem motivados com o apoio da população a esta nobre causa do "direito contra a indiferença e ilegalidade" patrocinadas pelo Governo Municipal que, desobedece a uma ordem judicial e pune jovens, pais e mães de família que foram aprovados no concurso e não são chamados, para que os apadrinhados do grupo político que ocupa a Prefeitura Municipal fiquem na "mamata" sem esforço algum e ilegalmente nas vagas que lhes pertencem. "Mas na confiança em Deus e na justiça dos homens seremos vitoriosos e iremos trabalhar dignamente na prefeitura", disse um dos concursados que participava do protesto.
Para o vereador Celso Brito, "este protesto marcará para sempre a vida destes jovens concursados que aqui estão, pois desta forma eles poderão entender que é preciso lutar sempre, com os meios democráticos, para que o poder público lhe dê a atenção e o respeito que merecem. A adesão e os aplausos desta multidão demonstram que esta luta tem o apoio da sociedade, só falta o prefeito cumprir o que manda a lei e a ordem judicial para convocação já!", indagou satisfeito o líder da oposição na Câmara.
"Apoiar os concursados neste pleito é uma responsabilidade não apenas de nós vereadores, mas de toda sociedade, pois este caso deixou de ser uma questão política e se tornou uma questão moral", comentou o vereador Regivaldo Coriolano. Segundo o vereador Gilson Fernandes, "apoiar os concursados nestes protestos é uma demonstração de coerência enquanto oposição, pois deixamos claro aqui de que lado nós estamos". O vereador Aroldo também compartilha do mesmo pensamento e diz: "iremos manter o nosso apoio aos concursados até que o último deles entre pela porta da frente da prefeitura amparados pela lei. Esperamos o bom senso do prefeito." Foram os comentários dos vereadores que seguiram do começo ao fim do protesto.
O apoio dos vereadores da oposição tem sido primordial para o avanço da causa dos concursados. Este protesto vem a se tornar um marco nesta luta e esperamos que sempre que forem necessárias, que mais pessoas possam engrossar as fileiras desta luta, onde o maior vitorioso será a democracia.
Veja mais fotos e imagens nos sites: http://www.celsobrito.com.br/
http://www.dimasroque.blogspot.com/
http://www.youtube.com/watch?v=jAfSX2QdyaU
Fonte: Assessoria da Oposição (Fotos: João Marcos)

PESQUISA: WAGNER GANHA ESPONTÂNEA, ESTIMULADA E NO 2º TURNO


Na pesquisa espontânea, quando foi perguntado aos entrevistados em quem eles votariam para o governo do estado na próxima eleição, obteve-se o seguinte resultado: Jaques Wagner 24,6%, com 10,8% de rejeição; Paulo Souto 12,2% e 11,5% de rejeição; e Geddel Vieira Lima 5,7% e 4,3%. Enquanto isso, 5,7% não souberam ou não quiseram opinar. Já na pesquisa induzida, os números são os seguintes: Wagner 35,8% e 18,1% de rejeição; Paulo Souto 27,8% e 21,4%; Geddel 14,7% e 10,8%. Bancos e nulos somaram 8,25%. Quando a pesquisa simulou os possíveis confrontos do 2º turno entre os três possíveis candidatos, o atual governador ganhou de Paulo Souto por 45% contra 37% do democrata. O petista também venceu o ministro da Integração Nacional por 49% a 29%. Na simulação entre Paulo Souto e Geddel, o ex-governador aparece com 42% contra 31% do peemedebista.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

ASSEMBLEIA GERAL DA ONU

Discurso de Leonardo Boff no dia 22 de abril de 2009, Dia Internacional da Mãe Terra Senhor Presidente Miguel d’Escoto Brockmann Senhor Presidente do Estado Plurinacional de Bolivia, Sua Excelencia Evo Morales Ayma Distinguidos delegados Irmãos e Irmãs todos

No ano de 2000 a Carta da Terra nos fazia esta severa advertência: «Estamos num momento crítico da história da Terra, na qual a humanidade deve escolher o seu futuro... A escolha nossa é: ou formamos uma aliança global para cuidar da Terra e cuidarmos uns dos outros ou arriscamos a nossa própria destruição e a da diversidade da vida”. Se a crise econômico-financeira é preocupante, a crise da não-sustentabilidade da Terra se apresenta ameaçadora. Os cientistas que acompanham o estado da Terra, especialmente a Global Foot Print Network têm falado do Earth Overshoot Day, do dia em que foram ultrapassados os limites da Terra. E isso ocorreu exatamente no dia 23 de setembro de 2008, uma semana após o estouro da crise econômico-financeira nos EUA. A Terra ultrapassou em 40% sua capacidade de reposição dos recursos necessários para as demandas humanas. Neste momento necessitamos mais de uma Terra para atender a nossa subsistência.
Como garantir a sustentabilidade da Terra já que esta é a premissa para resolver as demais crises: a social, a alimentária, a energética e a climática? Agora já não temos uma Arca de Noé que salve alguns e deixa perecer os demais. Todos devemos nos salvar juntos. Como asseverou recentemente com muita propriedade o Secretário Geral desta Casa, Ban Ki-Moon:”não podemos deixar que o urgente comprometa o essencial”. O urgente é resolver o caos econômico, mas o essencial é garantir a vitalidade e a integridade do planeta Terra. É decisivo superar a crise financeira, porém o imprescindível e essencial é: como vamos salvar a Casa Comum e a Humanidade que é parte dela? Esta é a razão para termos adotado a resolução sobre o Dia Internacional da Mãe Terra que, a partir de agora, se celebrará no dia 22 de abril de cada ano.
Dado o agravamento da situação ambiental, especialmente do aquecimento global, temos que atuar juntos e rápido. Não temos tempo a perder nem nos é permitido errar. Caso contrário, há o risco de que a Terra possa continuar mas sem nós. Em nome da Terra, nossa Mãe, de seus filhos e filhas sofredores e dos demais membros da comunidade de vida, quero agradecer a esta Assembléia Geral por haver sabiamente aprovado esta resolução. Neste contexto, me permito fazer uma breve apresentação do fundamento que sustenta a idéia da Terra como nossa Mãe. Desde da mais alta ancestralidade, as culturas e religiões sempre têm testemunhado a crença na Terra como Grande Mãe, Magna Mater, Inana e Pachamama.
Os povos originários de ontem e de hoje tinham e têm clara consciência de que a Terra é geradora de todos os viventes. Somente um ser vivo pode produzir vida em suas mais diferentes formas. A Terra é, pois, nossa Mãe universal. Durante séculos e séculos prevaleceu esta visão até a emergência recente do espírito científico no século XVI. A partir de então, a Terra já não é mais considerada como Mãe, senão como uma realidade sem espírito, entregue ao ser humano para ser submetida, mesmo com violência. A mãe-natureza que devia ser respeitada se transformou em natureza-selvagem que deve ser dominada. A Terra se viu convertida num baú cheio de recursos naturais, disponíveis para a acumulação e o consumo humano. Neste novo paradigma não se coloca a questão dos limites de suportabilidade do sistema-Terra nem dos recursos naturais não renováveis. Pressupunha-se que os recursos seriam infinitos e que poderíamos ir crescendo ilimitadamente na direção do futuro. O que efetivamente é uma grande ilusão. A preocupação principal era e é: como ganhar mais no tempo mais rápido possível e com um investimento menor? A realização histórica deste propósito fez surgir um arquipélago de riqueza rodeado por um mar de miséria. O PNUD de 2007-2008 o confirma: os 20% mais ricos do mundo absorvem 82,4% de todas as riquezas da Terra enquanto os 20% mais pobres têm que se contentar com apenas 1,6%. Estes dados provam que uma ínfima minoria monopoliza o consumo e controla os processos econômicos que implicam pilhagem da natureza e grande injustiça social.
Entretanto, a partir dos tardios anos 70 do século passado se tem imposto a constatação de que um planeta pequeno, velho e limitado como a Terra já não pode suportar um projeto ilimitado. Faz-se urgente outro modelo que tenha como eixo a Terra, a vida e o bem viver planetário no quadro de um espírito de colaboração, de responsabilidade coletiva e de cuidado. Agora a preocupação central é: como viver e produzir em harmonia com a Terra, com os seres humanos, como o universo e com a Última Realidade, distribuindo equitativamente os benefícios entre todos e alimentando solidariedade para com as gerações presentes e futuras? Como viver mais com menos? Foi neste contexto que se resgatou a visão da Terra como Mãe. Já não é mais a percepção dos antigos mas uma constatação empírica e científica. Foi mérito dos cientistas e sábios como James Lovelock, Lynn Margulis e José Lutzenberger nos anos 70 do século passado, ter demostrado que a Terra é um superorganismo vivo que se autoregula. Ela articula permanentemente o físico, o químico e o biológico de forma tão sutil e equilibrada que, sob a luz do sol, propicia a produção e a manutenção de todas as formas de vida. Por milhões de anos o nível do oxigênio, essencial para a vida, se mantém em 21%, o nitrogênio, decisivo para o crescimento, em 79% e o nível de sal dos oceanos em 3,4%. E assim todos os elementos necessários para a vida. Não é que sobre a Terra haja vida. A Terra mesma é viva, chamada de Gaia, a deusa grega para significar a Terra viva.
Que toda a Terra está cheia de vida no-lo comprova o conhecido biólogo Edward O. Wilson. Escreve ele:”Num grama de terra ou seja, em menos de um punhado, vivem cerca de dez bilhões de bactérias pertencentes até a seis mil espécies diferentes”. Efetivamente, a Terra é Mãe fecunda.
A Terra existe já há 4, 4 bilhões de anos. Num momento avançado de sua evolução, de sua complexidade e de sua auto-organização, começou a sentir, a pensar e a amar. Foi quando emergiu o ser humano. Com razão nas línguas ocidentais homo/homem vem de húmus, terra fecunda. E em hebraico Adam se deriva de adamah, terra cultivável. Por isso, o ser humano é a própria Terra que anda, que sente, que pensa e que ama, como dizia o poeta indígena e cantador argentino Atahualpa Yupanqui.
A visão dos astronautas confirma a simbiose entre Terra e Humanidade. De suas naves espaciais testemunhavam de forma comovedora: ”daqui, contemplando este resplancedente planeta azul-branco, não se percebe nenhuma diferença entre Terra e Humanidade. Formam uma única entidade”. Mais que como povos, nações e etnias devemos nos entender como criaturas da Terra, como filho e filhas da Mãe comum.
Entretanto, olhando a Terra mais de perto, nos damos conta de que ela se encontra crucificada. Possui o rosto do terceiro e quarto mundo, porque vive sistematicamente agredida. Quase a metade de seus filhos e filhas padecem fome e sede e são condenados a morrer antes do tempo. A cada quatro segundos, consoante dados da própria ONU, morre uma pessoa estritamente de fome. Por isso, são expressões de amor à Mãe Terra, as políticas sociais de muitos países, como por exemplo, de meu pais, o Brasil, sob o governo do Presidente Luis Inácio Lula da Silva, particularmente o programa Fome Zero e Bolsa Família. Em seis anos se devolveu vida e dignidade a 50 milhões de pessoas que antes viviam na pobreza e na fome. Temos que baixar a Terra da cruz e ressuscitá-la. Para esta tarefa gigantesca somos inspirados por um documento precioso: a Carta da Terra. Nasceu da sociedade civil mundial. Em sua elaboração envolveu mais de cem mil pessoas de 46 países. Em 2003 uma resolução da UNESCO a apresentou “como um instrumento educativo e uma referência ética para o desenvolvimento sustentável”. Participaram ativamente de sua concepção Mikhail Gorbachev, Maurice Strong e Steven Rockfeller e eu mesmo entre otros. A Carta entende a Terra como dotada de vida e como nosso Lar Comum. Apresenta pautas concretas que podem salvá-la, cuidando-a com compreensão, com compaixão e com amor, como cabe a toda mãe. Oxalá, um dia, esta Carta da Terra, possa ser apresentada, discutida e enriquecida por esta Assembléia Geral. Caso seja aprovada, teríamos um documento oficial sobre a dignidade da Terra junto com a declaração sobre a dignidade da pessoa humana.
Mas cabe fazer uma advertência. Para sentir a Terra como Mãe não é suficiente a razão dominante que é funcional e instrumental. Necessitamos enriquecê-la com a razão sensível, emocional e cordial, pois ai se enraíza o sentimento profundo, se elaboram os valores, se cultivam o cuidado essencial, a compaixão e os sonhos que nos inspiram ações salvadoras. Nossa missão, no conjunto dos seres, é a de ser os guardiães e cuidadores desta sagrada herança que recebemos do universo: a Terra, nossa Mãe.
Para terminar permito-me fazer uma sugestão: que se coloque na cúpula interna da Assembléia uma destas imagens belíssimas e plásticas da Terra vista a partir de fora da Terra. Suspensa no transfundo negro do universo, ela evoca em nós sentimentos de reverência e de mútua pertença. Ao contemplá-la, tomamos consciência de que ai está o nosso Lar Comum. Pediria ainda que fosse aprovada uma recomendação de que no dia 22 de abril, dia Internacional da Mãe Terra, se fizesse um momento de silêncio em todos os lugares públicos, nas escolas, nas fábricas, nos escritórios, nos parlamentos para que nossos corações entrem em sintonia com o coração de nossa Mãe Terra.
Concluo. Tal como está, a Terra não pode continuar. É urgente que mudemos nossas mentes e nossos corações, nosso modo de produção e nosso padrão de consumo, caso quisermos ter um futuro de esperança. A solução para a Terra não cai do céu. Ela será o resultado de uma coalizão de forças em torno a uma consciência ecológica integral, uns valores éticos multiculturais, uns fins humanísticos e um novo sentido de ser. Só assim honraremos nossa Casa Comum, a Terra, nossa grande generosa Mãe. Muito obrigado. Leonardo BoffRepresentante do Brasil e da Comissão da Carta da Terra.

Recursos são liberados mas não beneficiam locais atingidos pelas chuvas


O Ministério da Integração Nacional liberou, este ano, R$ 26.308.088,29 em recursos federais para que a Prefeitura Municipal de Salvador minimizasse os efeitos das chuvas ocorridas em maio, quando o estado de emergência chegou a ser decretado pelo governo estadual. Mas, quatro meses depois, bairros periféricos de Salvador ainda esperam pelo início das ações previstas.
A verba liberada pelo governo federal é apenas parte do total de R$ 71.244.067,87 em convênios. O objeto da parceria com o município é o restabelecimento da normalidade nos cenários de desastre, a aquisição e utilização de equipamentos em recuperação da infraestrutura urbana, auxílio à moradia e ações preventivas. Contudo, na periferia, locais onde foram registrados deslizamentos de terra permanecem inalterados, sem sinais da intervenção efetiva do município.
Diferença – Longe do que acontece no Imbuí – onde as obras de macrodrenagem exigirão o investimento de R$ 17,5 milhões, segundo a prefeitura –, no bairro de Pirajá, área onde três pessoas morreram soterradas, nada foi feito até agora. No local, o mato cobre de verde a encosta que desabou sobre residências que ficam abaixo do Conjunto Residencial Portal de Pirajá. “Nada mudou. Tudo continua na mesma”, disse Iracema Alves dos Santos, testemunha ocular da tragédia. “No dia seguinte ao desabamento, uma máquina veio retirar uma pedra grande, que corria o risco de cair também. Ninguém mais apareceu por aqui depois disso”, afirmou.
A falta de ação da prefeitura também é registrada em bairros do subúrbio ferroviário. A expectativa frustrada dos moradores de Pirajá é a mesma dos que moram em Praia Grande. Lá, onde as encostas permanecem oferecendo risco aos moradores e reforçando a lembrança dos deslizamentos, a situação exigiria a aplicação de parte dos R$ 11.000.000,00 destinados ao restabelecimento dos cenários de desastre. “O plástico preto, única coisa que a prefeitura deu, foi colocado por nós mesmos”, diz D. Ana Santos, que ainda tem o quintal totalmente coberto pela terra da encosta. “E nós que tivemos de ir lá buscar”, disse.
Perigo – O risco observado em tais situações fica mais evidente em Mirantes de Periperi, onde parte da Ladeira do Curió foi recuperada graças ao trabalho dos moradores. No trecho onde houve o deslizamento de terra, que arrastou parte da pista de asfalto, o plástico colocado pela prefeitura dá sinais de desgaste e o perigo de novo desabamento é claro. “As pessoas e os veículos eram obrigados a passar na beira da cratera. Por isso, fizemos um batente para dar maior proteção”, explicou Robson Carvalho, que também só viu a Codesal no dia seguinte à ocorrência. “Vieram tirar as manilhas e colocar a cobertura”, assinalou. O plástico preto está ali há quatro meses.

PMDB já se considera rompido com Wagner

Como o comentário de Mário Bittencourt, leitor e parceiro do blog, ao post “PMDB aposta tudo em Geddel” (leia aqui) contém boas informações de Lúcio Vieira Lima, presidente do PMDB na Bahia, que ajudam a entender melhor a postura dos peemedebistas baianos, aproveito para criar este novo post sobre o mesmo assunto. As declarações de Lúcio foram dadas durante o encontro regional da legenda em Porto Seguro, no último sábado.
As palavras são claras, segundo transcrição do leitor Mário Bittencourt: “Tá demorando de o PT entender que o PMDB não está mais com Wagner (…) Nós estamos com a candidatura de Geddel nas ruas, nos encontros, visitando as cidades. Há uma mobilização e os cargos [dos secretários] já foram entregues”. E ainda confirmou a criação do segundo palanque para Dilma Rousseff na Bahia, lembrando que é “Dilma quem vai subir no palanque do PMDB e não Geddel no palanque do PT”.
Ou seja, pelo menos nos encontros regionais, o PMDB já se porta como afastado e rompido com a aliança que elegeu Jaques Wagner em 2006. O que resta mesmo seria apenas a oficialização do rompimento, o que acontecerá quando o governador decidir demitir os secretários e outros ocupantes de cargos indicados pelos peemedebistas.