terça-feira, 12 de maio de 2009

Rompimento do PMDB com PT está próximo


A operação debandada peemedebista do governo Jaques Wagner (PT) está bem perto depois de o ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima afirmar, neste sábado, 9, que irá entregar um documento ao governador, nos próximos dias, apontando divergências administrativas do PMDB em relação à gestão do Estado. Coincidentemente, a revelação de que o PMDB discorda administrativamente do governo nas pastas as quais comanda – Infra-Estrutura de Batista Neves e Indústria e Comércio, a cargo de Rafael Amoedo – acontece um dia depois do presidente Lula ter declarado em Campo Grande (MS), que embora a aliança nacional do PT com PMDB para 2010 esteja "muito próxima", em alguns Estados isso pode não ser possível, como é o caso da Bahia, "onde certamente o PT e o PMDB vão se confrontar".

Lula disse, também, que a aliança com o PMDB em 2006 não significava um compromisso em 2010. Outra “coincidência“ é o fato de o governo já estar se movimentando buscando o ex-governador Otto Alencar – hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios – para uma suposta disputa de vaga ao Senado (leia ao lado), lugar reservado a Geddel no caso de manutenção de aliança com o PMDB.

Chifre – O ministro Geddel disse que o documento que chegará às mãos do governador especificará as divergências peemedebistas do ponto de vista administrativo, mas não quis adiantar o conteúdo. "Será um documento analítico mostrando que a gestão não está incorporando decisões que tivemos em 2006. O governador vai dizer o que acha e depois vamos ver", disse Geddel – o que, segundo avaliação de deputados estaduais que preferem não ser identificados, transfere a responsabilidade da resposta, e consequentemente, de um provável rompimento para Wagner.

Geddel não quis comentar a declaração de Lula sobre a possibilidade de rompimento na Bahia, dizendo que "essa é uma avaliação do presidente". Mas disse que concorda com Lula quando diz que a manutenção da aliança feita em 2006 não é determinante e depende de muitas coisas, "como o o sucesso administrativo da gestão, com a incorporação de propostas e respeito à autonomia dos parceiros" – o que reforça a idéia do plano de rompimento do PMDB com a entrega do documento ao governador.

Questionado, o ministro minimizou essa possibilidade dizendo que não se deve “ver chifre em cabeça de cavalo“. "Pode ser renovada (a aliança)? Pode. Posso sair a governo? Posso", disse. A TARDE não conseguiu falar com o governador Jaques Wagner ontem, mas o secretário Rui Costa (Relações Institucionais) avaliou como "estranho" o fato de o PMDB dizer que entregará um documento de análise administrativa sem ter nem ao menos pedido antes uma audiência anterior ao governador Jaques Wagner para tratar o tema. "Não acho que esse seja um comportamento de um aliado", falou.

Rui disse que não sabe em que o presidente se baseou para falar sobre confronto PT-PMDB na Bahia, mas que “deve ter sido pelas declarações que eles dão à imprensa” e exemplificou com as críticas do presidente da UPB, Roberto Maia (PMDB), aos governos estadual e federal.

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