sexta-feira, 3 de julho de 2009

Vamos lembrar das nossas figuras


Alio-me aos que estão criticando ao desejo da Secretaria Municipal de Reparação, de mandar fazer um monumento em homenagem a Michael Jackson, a ser instalado no Centro Histórico de Salvador, sob a alegação de que o artista contribuiu para elevar a alto-estima dos negros. Nada contra o “Rei do Pop”, como artista e influenciador da música mundial.
Porém, além do fato de que ele optou pela recusa sistemática em se reconhecer como negro, preferindo partir para um processo de “branqueamento”, é forçoso admitir que sua participação na vida de Salvador limitou-se às poucas horas que aqui passou, a maioria das quais ficou recolhido em aposentos fechados. A gravação de algumas cenas no Pelourinho, com a participação do Olodum, foi parte de um vídeoclip e muito pouco para justificar a instalação de um monumento.
Anúncios como estes proliferam em momentos marcados pela emoção, como aconteceu agora, com a precoce morte de Michael Jackson, mas , antes que eles se tornem realidade é preciso refletir e verificar se não há outras figuras que fizeram muito mais pela Bahia, pela afirmação dos negros e que se identificam muito mais com a comunidade baiana. Antes de se gastar o dinheiro público para construir um monumeto que deverá, dentro de pouco tempo, ficar ao abandono, como está hoje o busto em homenagem a Nelson Mandela, é fundamental evitar-se o deslumbramento.
Que sejam feitas homenagens ao astro pop norte-americano, como o próprio Olodum já fez, com shows, discursos e outras manifestações, mas deixemos os monumentos para reverenciar àqueles que realmente fizeram parte da nossa história. Só para citar alguns que estariam bem homenageados pelos baianos, independentemente de cor ou raça: Mãe Menininha, Zélia Gattai, Milton Santos, Mestre Didi, Batatinha, Josaphat Marinho, entre outros.

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