sexta-feira, 29 de maio de 2009

Acordo Wagner e Geddel excluiria João

“Está praticamente selado” o acordo para as eleições de 2010 entre o governador Jaques Wagner e o ministro Geddel Vieira Lima, que será um dos candidatos ao Senado, segundo revelou hoje uma fonte muito próxima ao governador.
O entendimento não envolve o prefeito João Henrique, que “provavelmente” vai cumprir a decisão de afastar-se do PMDB, embora seja “uma posição a ser avaliada com cuidado”, pelas consequências que poderá vir a ter.
Será difícil a adesão do prefeito à chapa à reeleição do governador, pelas manifestações públicas que ele já fez em relação a Wagner e o PT, formuladas com clareza, ontem, na Tribuna, pela deputada estadual e primeira-dama de Salvador, Maria Luiza Carneiro.
Também ontem, um deputado da oposição revelou que outro parlamentar, este da base do governo, procurou “o amigo” João Henrique para tentar demovê-lo da resistência à coligação entre PMDB e PT. O prefeito, assim como sua esposa teriam mostrado resistência em aderir ao acordo.
A possibilidade do acordo Wagner-Geddel podia ser percebida na Assembleia Legislativa pela movimentação e declarações de deputados do PT.
A bem da verdade, coube a um “calouro”, Professor Valdeci, há cerca de dois meses, desafiar os “veteranos” e defender abertamente a aliança com Geddel, quando parecia haver mais gente interessada em bombardear o diálogo.
O parlamentar, que é suplente e ocupa precariamente a vaga de um adversário do acordo, o secretário Valmir Assunção, usou um argumento simples: mais importantes que eventuais desejos de indivíduos ou grupos dentro do partido são os projetos nacional e estadual do PT, que vêm recebendo o apoio do PMDB.
Outros que falaram em defesa da aliança foram Yulo Oiticica e Bira Coroa, ambos ressalvando também o interesse do próprio PMDB em manter-se no governo do Estado e lembrando, afinal, que Geddel é ministro de Lula.
A última grande manifestação foi do deputado Zé Neto, que até propôs à deputada Virgínia Hagge (PMDB) cada um fazer o papel de interlocutor com sua bancada. Virgínia topou, conversou com três integrantes da bancada, sentindo uma tendência pelo acordo, mas fez ressalvas.
Vale lembrar que ela é filha do ex-prefeito de Itapetinga Michel Hagge, amigo de Wagner e derrotado à reeleição para um carlista neopetista, José Carlos Moura, numa eleição em que o governador não teria dado o apoio esperado.
A deputada não tocou nesse passado recente quando comentou a situação. Limitou-se a falar das relações atuais com o governo e o PT, admitindo que “todo mundo tem sua mágoa”, inclusive ela, mas que acredita que uma conversa franca poderá conduzir a uma “melhor relação” para que então se possa “pensar em 2010”.

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