domingo, 17 de maio de 2009

PMDB busca manter coesão da legenda para disputa de 2010

O PMDB baiano inicia nesta segunda-feira, 18, no Othon Palace em Salvador, a sua série de encontros regionais para definir os rumos da legenda em 2010, com os desafios de definir se seguirá na aliança com o governador Jaques Wagner para 2010 e de conseguir coesão interna para vencer a disputa. Nas últimas semanas, ganhou evidência a forte movimentação do prefeito da capital, João Henrique, no sentido de emplacar uma candidatura majoritária em 2010, causando um mal-estar com a maior liderança do partido na Bahia, o ministro Geddel Vieira Lima.

O ministro, além de unificar o partido em torno do seu nome, visto como natural ao governo do Estado ou ao Senado, terá que articular um campo de forças que torne possível suas pretensões eleitorais. Correndo por fora, João afirma que também está na fila para 2010, o que configura possível disputa com Geddel pela indicação. Com remotas chances de emplacar sua ambição no PMDB, João tem conversado com outros partidos, como o PDT, o PSDB e o DEM. Segundo revelação da sua esposa e deputada estadual, Maria Luiza (PMDB), pelos corredores da Assembleia Legislativa, a última movimentação do prefeito foi, na segunda-feira passada, tentar uma audiência com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB).

Diante de um cenário ainda nebuloso nacionalmente, em que não se sabe para qual lado o PMDB vai tender na eleição presidencial, o ministro Geddel tem sido pressionado pelo governo Wagner e suas bases peemedebistas por uma definição. E, nesse imbróglio, nem o ministro do governo Lula e nem o governador Jaques Wagner querem, pelo menos por ora, assumir o ônus de um rompimento, que acarrete em implicações nacionais na aliança de governo. Geddel diz que não tem pressa. Por sua vez, Wagner com o seu projeto de reeleição declara que é um homem “extremamente paciente”, mesmo na agonia de conviver com um aliado de quem não tem garantias futuras.

Em meio ao impasse da continuidade ou rompimento da aliança com o PT no Estado, a obstinação de João Henrique por uma candidatura em 2010 é mais um obstáculo a ser removido pelo ministro Geddel Vieira Lima. Pois, se João sair do PMDB de fato, leva com ele o capital eleitoral que tem em Salvador, muito maior que o do ministro, e com chances reais de crescer. Não à toa, o prefeito já iniciou suas incursões pelo interior. Hoje vai a Feira de Santana, onde será recebido pelo prefeito Tarcízio Pimenta (DEM) para recolher donativos para os atingidos pelas chuvas em Salvador. No final de abril, esteve em Saúde com o deputado federal ACM Neto (DEM) e o senador César Borges (PR), para conversas e atividades ao lado do senador Cristovam Buarque (PDT-DF). O presidente estadual do PMDB, Lúcio Vieira Lima, nega qualquer mal-estar. “João Henrique é PMDB, se ele está querendo colocar a candidatura dele é natural. Geddel não é dono do partido. E a declaração pública de João é de que ele é o segundo da fila”, disse.

Mas o presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) e prefeito de Bom Jesus da Lapa, Roberto Maia (PMDB), confirma o clima na legenda. “João Henrique está criando um mal-estar enorme entre ele e o ministro, o nosso líder maior. É bom que isso fique claro: se o PMDB tiver candidato próprio sem sombra de dúvida será Geddel”, ressaltou Maia. O peemedebista aproveitou, também, para criticar a declaração do governador Jaques Wagner sobre o documento que Geddel prometeu entregá-lo com críticas e sugestões à administração estadual. “Acho que não é postura do governador achar ‘graça’ de um documento que uma liderança como Geddel vai entregar”, criticou. Procurados por A TARDE, o ministro Geddel e o prefeito João Henri que informaram, por suas assessorias, que preferiam não falar.

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